segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

bondade

Ler é bom e amar faz bem. Não há ensinamento que supere a própria bondade das coisas.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

transeunte

Vejo-te em pressa, fora do alcance dos meus versos quebrados, a caminho de casa fazer alguém um pouco mais feliz.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011


Poesia amiga, conta-me uma história! 
Não há infortúnio maior que perder a chance de te sentir!

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

assim

Um pai  e um filho, sentados ao verde, ao azul, falam e ninguém os ouve.
O filho desenha uma linha no peito, e arrisca:

-Pai, amor é assim?

domingo, 6 de novembro de 2011

mil braços

Há um monstrinho atrapalhado de mil braços no meu coração. Tudo por que ele lutou até hoje foi poder dar um abraço. No entanto, eles não cairão por meu infinito amor.

sábado, 5 de novembro de 2011

mais uma vez

Em meu perdão e loucura, nada acontecia se não acontecia dentro do coração.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

ao amor sem fim

Que tom de azul é esse que está dentro de mim?

Não pude sentir sua voz por um segundo. Eu pegava suas palavras e colava no céu. Seu amor me deu sol, e eu não gostava de sol. Então pedi humildemente por chuva. E pensamentos surgiram na sua cabeça, eu o sei, perdão, pois eu os medi.
Amor, você não é ciência. Meço-te entre equívocos e peço para que conheças a vida comigo. Sinto-me aos pares.

Eu já não sei quantos corações batem dentro de mim.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

concreto

Porque acordou antes do sol, atreveu-se a perguntar:
Que frio é esse que oferece o direito de fechar a porta para as pessoas e separar a casa? Porque o lápis nos dá direito de errar?
E ouviu-se:

-De concretude pouco sei, pequena; como - senão pelo bem do amor - alguém saberá se ela desmonta ou monta esse grande quebra-cabeça?

terça-feira, 24 de maio de 2011

simples

Queria ter dito um pouco mais, de fato. Cheio de sentimentos de altura. Há de ser eremita para as palavras? Que sentido há? Deste livro das perguntas, amor, sobra o frágil título de último. Não pude ser para todos os lados, mas fui para o seu. Não sei ser nem viver apesar, mas tenho ouvido melodia de amor. Por vezes ouço esse voo, que me leva. Não ousei escrever uma linha sobre a tal morte, amor, pois a pipa nunca cai do céu. Não ousei escrever uma linha sobre o tempo eterno, amor, pois começa agora, e só sei tal caminho.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

puro

Se eu pudesse, amor, eu te daria o maior dos versos. Haveria poucos nomes. Pensaria em Deus e te colocaria no verso ao lado.
Eu posso te dar o maior dos versos, amor, pois os cansados vivem em terra de braços, e hei de ver suas pequenas mãos curadas por um bom caminho de fim de setembro.

domingo, 24 de abril de 2011

como for

Distante das circunstâncias, pesava o abrir de uma janela esta noite. O frio, pouco exceção, preocupava o calor de um coração pequeno. Lembrando-se da poesia das estrelas, também veio à mente de que maneira poderiam estar em tão baixa temperatura em noite tão escura, em pedaço tão longe, em companhia tão misteriosa de Deus.

-Estrelas não têm muro nem proteção, mas são quentes como um coração bem-aventurado em gratidão, pois, meu amor, a noite acabou.

um pouco de céu, por favor

Seus passos eram livres e pequenos. Tão pequenos que não entendia de penhascos. Invertendo um verso, arte daqueles que acham amor nas tempestades - um pouco de céu, por favor-, questionou-se do romântico. Uma dor muito velha machucava seu estômago e, na borda de uma escolha qualquer, perguntou ao seu anjo se asas não chamariam muita atenção.

Ouviu-se:
-Quando o peso das circunstâncias ultrapassar a capacidade desse balão da vida, saberás continuar voando. De todas as confianças, sobreviverás porque nada te peço senão começos. Por você, eu faria tudo.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

partes

Faria várias primaveras hoje, se não fosse inundado por quedas e outros romantismos. Era a desordem das estações. Que era o inverno se não fogo ao coração? O outono se não tombos acabados em costume? Mais que observar, amava sem mapas. Menos que esquecer datas, sentia na pele mudanças que a sensibilidade estava conhecendo.

Com o coração na mão, mal sabia que há anos nascia milagre.



(Para Rosa, a aniversariante)

domingo, 10 de abril de 2011

o que importa

Presa à ansiosos versos que voltavam ao coração àquela noite, procurando suas duas estrelas mais importantes, nada mais viu, além de que elas estavam um pouco mais abaixo.

Pensou no amor e disse:
- Pergunto-me o que acontece. Estamos mais próximos do chão, meu amor, ou mais distantes ao horizonte?

E o amor disse:
- No céu. Estamos no céu.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

piloto cego

Talvez se levasse flores à dor... se soubesse que agora respira e a chuva também, e esta acabará sem ideia de arrependimento algum pela manhã.

E ainda que uma expressão melancólica pudesse dizer muito mais que um misterioso sorriso a um coração ouvinte, declamou:

-Não é só a dor que cola versos, meu amor. Desde semana passada, eu guardei minha voz para te dizer que eu sei da extensão do que te machuca e, mais do que isso, aprendi a te proteger destas tuas novas linhas. Soube sentir a inocência do que chamas de fim de noite, e te emprestei meu início de manhã para ti, meu amor, para que não sofras com a despedida dos dias.

domingo, 3 de abril de 2011

recém caído

Uma pequena crença em pequenas histórias fez com que seus guias de escrita deixassem a luz ligada aquela noite. E mesmo que insistisse em apagar a luz de toda a escada até seu quarto e jogar seu cobertor de estrelas pela janela, estaria envolvido pelo do céu da noite. Este, furado por brilhos de cores fracas, deixava espaço pro frio entrar.

- Quando eu vim, passei por um desses buracos.